O INE convida-nos a conhecer melhor as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto através da publicação Tipologia Socioeconómica das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. trata-se de um estudo estatístico que apresenta a evolução entre 2011 e 2011 (os dois últimos censos) de cada uma das áreas metropolitanas. A informação agora divulgada vai ao nível da secção estatísticas (o maior grau de detalhe possível, mais detalhado do que a freguesia) e pode ser crítica para ajudar a governar o espaço e a definir políticas para cada uma das regiões.
A publicação contém várias representações geográficas dos espaços e surge acompanhada de uma base de dados gratuita. Além da tipologia é apresentada a evolução socioeconómica entre 2001 e 2011
Como convite à leitura o INE apresenta o seguinte.
“A tipologia socioeconómica das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto de 2011 subdivide o território em seis classes socioeconómicas – urbano consolidado, (sub)urbano novo qualificado, (sub)urbano não qualificado, espaços integrados de menor densidade, espaços autocentrados de menor densidade e espaços de imigração –, revelando um território heterógeno e fragmentado tendo em conta as características do parque habitacional e da população residente. A análise conjunta das duas áreas metropolitanas permitiu evidenciar padrões territoriais comuns e identificar características diferenciadoras. A classe socioeconómica referente aos espaços de imigração é mais caracterizadora da AML enquanto os espaços autocentrados de menor densidade caracterizam especialmente a AMP.
Entre 2001 e 2011, o diagnóstico dos processos de transformação socioeconómica dos territórios evidencia a expansão da (sub)urbanização qualificada e o recuo da (sub)urbanização não qualificada em ambas as áreas metropolitanas. A dinâmica associada aos espaços de imigração refletiu-se num aumento do número de unidades territoriais classificadas nesta classe apenas na AML.”
Das conclusões:
“(…) Na AML, o alargamento da suburbanização qualificada abrangeu sobretudo as subsecções localizadas nos designados eixos de expansão suburbana, afetando especialmente territórios dos municípios de Sintra, Cascais, Oeiras e Odivelas, e também do Seixal e de Almada. No município de Lisboa, destaca-se o processo de revitalização e requalificação urbanística na área oriental do município (e que se estende a Loures), iniciada com a intervenção promovida pela realização da EXPO’98 e que deu lugar ao Parque das Nações.
Na AMP, o processo de qualificação verificou-se particularmente nos municípios limítrofes ao Porto, da classe (sub)urbano novo qualificado em territórios mais periféricos das duas áreas metropolitanas nomeadamente de Mafra, Vila Franca de Xira, Montijo, Plamela, Setúbal, na AML e Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira e São João da Madeira na AMP.
Na década de 2001 a 2011, o processo de transformação dos espaços de imigração diferencia os dois contextos metropolitanos. Sendo uma classe socioeconómica que caracteriza essencialmente o território da AML, o aumento do número de unidades territoriais associadas a esta classe ocorreu, entre 2001 e 2011, apenas em relação ao contexto metropolitano de Lisboa, resultando, sobretudo, da transformação de unidades territoriais outrora associadas ao (sub)urbano não qualificado e ao urbano consolidado. Por sua vez, os espaços autocentrados de menor densidade foram a classe socioeconómica que mais território perdeu entre 2001 e 2011, embora a sua abrangência tenha permanecido expressiva na AMP.