O inquérito de conjuntura ao investimento realizado semestralmente pelo INE inquire cerca de 3600 empresários nacionais sobre um vasto conjunto de perguntas sobre a sua atividade económica tendo o investimento como tema principal. Na edição de primeiro semestre de 2014 (recolha terminada a 30 de junho), o INE apurou que os empresários revelam maior disposição para reforçar investimento.
Sendo certo que a estimativa relativa a 2013 é ainda negativa, esta foi novamente revista em alta, esperando-se agora que o investimento tenha registado uma quebra de 4% (quanto ao semestre anterior se esperava uma quebra de 8,3%). Por outro lado, relativamente a 22014, nesta que é a segunda vez em que o INE convida os empresários a perspectivarem o ano em termos de investimento, as opiniões recolhidas apontam não só para uma aumento do investimento mas também para uma revisão em alta face à resposta do semestre anterior: espera-se um incremento do investimento de 2,4% (1,1% em outubro de 2013). Esta evolução encerra contudo fortes assimetrias sectoriais como se pode constatar do quadro síntese que extraímos da publicação do INE.
Este incremento surge contudo com um refrear nas expectativas de investimento destinado ao aumento da capacidade produtiva (que continua a ser a principal justificação para investir) e a um aumento das intenções de investir para substituir, racionalizar e reestruturar a produção.
Entre os fatores limitativos do investimento, o INE constatou mais uma vez que a deterioração das perspetivas de venda se mantêm (há dois anos) como a principal causa de preocupação e de entrave à atividade, seguindo-se a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos. Segundo o INE “Em ambos os casos registou-se um aumento do peso relativo entre 2013 e 2014, tendo-se reduzido a percentagem de empresas que refere a dificuldade de obter crédito bancário, o nível da taxa de juro e a capacidade de autofinanciamento como principais fatores limitativos.“
Quanto às fontes de investimento o INE confirma a tendência dos últimos anos: “O autofinanciamento continua a ser a principal fonte de financiamento para o investimento das empresas inquiridas, representando 71,4% e 70,6% do total em 2013 e 2014“.