O INE começou hoje a divulgar Estatísticas da Globalização. Concretamente, estatísticas das filiais de empresas estrangeiras residentes em Portugal relativas a 2012 com recuo de informação a 2008. Uma das primeiras conclusões enunciadas é esta, as filiais detidas por empresas alemãs são responsáveis por uma percentagem crescente do valor acrescentado bruto português. Eis um excerto do resumo inicial da publicação do INE:
“(…) As filiais de empresas estrangeiras em Portugal, embora com um peso de apenas 1,4% no número de sociedades não financeiras em 2012, representavam uma parte significativa do volume de negócios e VAB das sociedades (21,8% e 19,9% respetivamente). A grande maioria das filiais de empresas estrangeiras (80,6% das sociedades e 78,5% do VAB) eram controladas por entidades residentes num dos países do continente europeu, com a Espanha a liderar a origem do controlo do capital (26,2% das filiais). As filiais de empresas alemãs foram, no entanto, as que mais aumentaram o peso no VAB gerado pelas filiais estrangeiras entre 2008 e 2012 (passando de 15,0% para 17,7%). A Alemanha tornou-se, assim, opaís de origem do controlo do capital economicamente mais relevante. As filiais de empresas estrangeiras apresentavam taxas de sobrevivência superiores. Mais de 85% das filiais nascidas em 2008 ainda existiam em 2012, enquanto nas sociedades nacionais esta taxa era de apenas 58,4%. O peso das sociedades de elevado crescimento (SEC) no VAB decresceu nas filiais de empresas estrangeiras entre 2008 e 2012, sendo inferior ao verificado nas sociedades nacionais. Pelo contrário, o peso das sociedades exportadoras no VAB aumentou, sendo superior nas filiais de empresas estrangeiras (em particular nas Extra-UE) que nas sociedades nacionais. (…)”
As sociedades exportadoras constituíram uma parcela bastante mais significativa do número, VAB e pessoal ao serviço das filiais estrangeiras (28,2%, 38,7% e 39,7% respetivamente) face às sociedades nacionais (5,2%, 18,1% e 25,7%). As filiais com o centro de decisão num dos países Extra-UE apresentaram um perfil exportador ainda mais vincado, com mais de metade do pessoal ao serviço e do VAB destas sociedades a pertencerem a empresas de cariz exportador.
Observou-se, ainda, uma menor taxa de investimento das filiais estrangeiras face às sociedades nacionais. Contudo, por sociedade, o investimento líquido foi 14 vezes superior nas filiais estrangeiras face às sociedades nacionais. O investimento em investigação e desenvolvimento (como percentagem do VAB) foi menos de metade nas filiais estrangeiras que nas empresas nacionais (0,4% e 0,9%, respetivamente). Ainda assim, o investimento em I&D por sociedade foi 7 vezes superior nas filiais estrangeiras.
As filiais estrangeiras apresentaram, em 2012, uma autonomia financeira e uma liquidez geral ligeiramente superior à verificada nas sociedades nacionais. Quanto aos rácios económicos, as filiais estrangeiras mostraram resistir melhor a um ano difícil para as sociedades não financeiras, apresentando rendibilidades positivas.
A maior parte das filiais estrangeiras (52,2% do número de sociedades e 79,4% do volume de negócios) exercia uma atividade relacionada com os setores do comércio ou indústria e energia.
Mais de 6% das filiais estrangeiras eram de grande dimensão, as quais empregavam cerca de 2/3 do pessoal ao serviço total das filiais estrangeiras e eram responsáveis por 63,8% do seu volume de negócios e 61,6% do VAB.
As filiais de empresas estrangeiras empregavam em média 66,5 pessoas por empresa, face a apenas 6,8 pessoas nas sociedades nacionais.
Em 2012, a maioria das filiais de empresas estrangeiras (80,6% das sociedades e 78,5% do VAB) eram controladas por empresas residentes num dos países do continente europeu, logo seguidas das filiais com centro de decisão num dos países do continente americano (15,0% das sociedades e 17,0% do VAB).
INE: Filiais estrangeiras em Portugal 2008 2012
Entre os cinco países com maior peso no número de filiais estrangeiras e VAB, apenas os Estados Unidos não pertenciam ao continente europeu. O país mais representativo no que respeita ao número de filiais estrangeiras em 2012 era a Espanha, com 26,2% do total de filiais estrangeiras em Portugal. No que respeita ao VAB, o país de origem do controlo do capital mais representativo era a Alemanha, com 17,7% do VAB total gerado por filiais estrangeiras.
O peso das filiais estrangeiras era, em 2011, mais elevado na União Europeia (27 países) que em Portugal, correspondendo a 1,1% das empresas, 14,3% do pessoal ao serviço, 27,4% do volume de negócios e 22,6% do VAB das empresas não financeiras.
As filiais estrangeiras assumiram particular relevância económica na Irlanda e na Hungria, onde mais de metade do VAB (56,2% e 51,9% respetivamente) foi gerado por filiais estrangeiras.
A Irlanda destacou-se como a base europeia de várias multinacionais norte-americanas, em particular dos setores das TIC, serviços financeiros e indústria farmacêutica, enquanto uma parte muito significativa do VAB húngaro provinha de filiais estrangeiras das indústria sautomóvel e de componentes eletrónicos.
A maior parte das filiais estrangeiras nos Estados-Membros da União Europeia concentrava-se na Alemanha, Reino Unido e França, sendo estes países responsáveis por quase metade (48,9%) do VAB gerado por filiais de empresas estrangeiras nos Estados Membros.
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