O INE divulgou hoje as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional relativas a 2013. Entre a vasta coleção de indicadores disponibilizados destacamos a poupança das famílias que, apesar de indiciar uma redução nos últimos três meses do ano, para o conjunto de 2013 se fixou nos 12,6%. Segundo o INE apesar do rendimento disponível ter diminuído (-0,7%) a redução das despesas de consumo final foi muito mais intensa (-1,4%) o que possibilitou um aumento da poupança corrente e, consequentemente, um aumento da taxa de poupança (recorde-se que o PIB continuou a diminuir em 2013). O INE sublinha ainda que a redução do rendimento disponível assentou num “expressivo aumento dos impostos sobre o rendimento e o património” que registou um aumento de 33%. Este aumento dos impostos mais do que “engoliu” o aumento das remunerações recebidas, do saldo dos rendimentos de propriedade e do saldo das contribuições e prestações sociais que se registou em 2013. Note-se que as remunerações recebidas pelas famílias aumentarem 0,7%.
Outro facto particularmente significativo é que a capacidade de financiamento da economia portuguesa passou a registar um saldo positivo correspondente a 2,0% do PIB que compara com a necessidade de financiamento de 0,1% no ano anterior. Segundo o INE, esta “evolução deveu-se essencialmente à melhoria do Saldo Externo de Bens e Serviços, tendo as exportações aumentado 5,4% em 2013, o que mais que compensou o aumento de 0,9% das importações” tendo as famílias sido o setor institucional que maior contributo positivo deu para esta realidade tendo-se registado melhorias nas Administrações Públicas e nas Sociedades Não Financeiras.
O INE difundiu informação estatística em base cronológica para muitos dos dados analisados nas contas nacionais trimestrais por setores institucionais. Destacamos por exemplo, a informação sobre o Rendimento Nacional.
Regista-se que o Rendimento Nacional Bruto (RNB) teve um andamento positivo em 2013 (+1,0%), acima do desempenho do PIB que, em termos nominais aumentou 0,3%. Este desempenho superior do RNB deve-se a uma queda dos rendimentos de trabalho e de capital pagos ao resto do mundo, -9,5% – grosso modo de investimentos de estrangeiros feitos cá – superior à queda dos rendimentos que residentes nacionais fizeram fora de Portugal (-3,1%).