O desequilíbrio da balança comercial está a aumentar desde o trimestre terminado em janeiro de 2014. O saldo da balança comercial vem-se agravando continuamente. Com os dados hoje divulgados relativos ao trimestre terminado em julho, constata-se que ao fim de três meses de queda as exportações voltam a crescer em termos homólogos (+1,5%) mas contata-se também que as importações estão a acelerar crescendo muito mais rapidamente (+4,9%). O resultado final é um aumento do défice de € 527,0 milhões e um agravamento da taxa de cobertura em 2,7 pontos percentuais para os 82,6%.
Não está a ser pela vertente do mercado externo de bens que o país está a conseguir reequilibrar a sua dívida externa e parece agora evidente que nenhuma alteração estrutural da economia portuguesa sucedeu ao nível dos sectores orientados para o comércio internacional, pelo menos não na magnitude suficiente para, perante uma recuperação do consumo, não voltarmos a cair numa situação de desequilíbrio externo. Veremos se a significativa desvalorização do euro que está em marcha virá a trazer melhores notícias nos próximos meses.
Especificamente sobre o último mês de que há dados o INE destaca:
“(…) Em julho de 2014 as exportações aumentaram 1,3% relativamente a julho de 2013, quase exclusivamente devido à evolução registada no Comércio Intra-UE (em particular nos Veículos e outro material de transporte e Calçado). As importações aumentaram 3,0% face a junho de 2013, reflexo sobretudo do acréscimo verificado no Comércio Intra-UE (em especial nos Veículos e outro material de transporte).
Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, em julho de 2014 as exportações cresceram 2,8% e as importações 5,7% face ao período homólogo (respetivamente +5,4% e +7,9% em junho de 2014). (…)”