É preciso recuar ao trimestre terminado em fevereiro de 2009 para encontrar uma degradação da taxa de cobertura das importações pelas exportações (-1,4 pontos percenruais) superior à agora registada pelo INE relativa ao trimestre terminado em fevereiro de 2014 (-1,2 pontos percentuais).
A taxa de cobertura fixou-se, no final de fevereiro de 2014 nos 80,7%. Segundo o INE o défice da balança comercial degradou-se em € 333,3 milhões.
Olhando isoladamente para o último mês com dados disponíveis (fevereiro) verifica-se que as exportação crescem a um ritmo inferior (4,7%) ao das importações (5%) realidade que, a manter nos próximos meses, indicia um desequilíbrio crescente do saldo das trocas de bens com outros países.
A degradação agora registada resulta de comportamentos completamente opostos quando se comparam as relações comerciais intra-comunitárias e as extracomunitárias.
Na realidade, as exportações para fora da comunidade subiram 4,2% (dados homólogos ao longo deste parágrafo) enquanto as importações diminuiram 8,4% o que se traduziu numa melhoria da taxa de cobertura para os 94,1%. Contundo, o comércio extra-comunitário só pesa cerca de 30% do total, pelo que o aumento de 13,6% ocorrido nas importações vindas dos parceiros da União Europeia (para um crescimento de 4,5% das exportações) foi mais do que suficiente para contrabalançar a evolução nas trocas com o resto do mundo produzindo a maior deterioração da taxa de cobertura global desde fevereiro de 2009.
Nos últimos cinco ano forma muito raros os momentos em que a taxa de cobertura se degradou, o último dos quais ocorreu em julho de 2013 com um crescimento das importações marginalmente superior (em uma décima) ao das exportações.
Sobre as importações intra-comunitários o INE destaque o seguinte:
“As importações Intra-UE aumentaram 13,6%, traduzindo o acréscimo generalizado da quase totalidade dos grupos de produtos, mas sobretudo nos Veículos e outro material de transporte (em especial Automóveis de passageiros e Partes e acessórios para veículos automóveis), Combustíveis minerais e Máquinas e aparelhos.”
A taxa de cobertura com a União Europeia piorou tendo-se fixado nos 76,4%.