Se à riqueza gerada em Portugal medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) juntarmos, numa definição simplificada, os rendimentos recebidos do resto do mundo (de investimentos, de trabalho realizado no exterior ou mesmo associados a impostos e subsídios) e subtrairmos o equivalente mas destinado a remunerar o investimento e o trabalho de estrangeiros em Portugal, obtemos o Rendimento Nacional Bruto (RNB). Este indicador terá potencial para ser tão mais diferente do PIB quanto mais aberta ao exterior for uma economia e maior o peso do investimento estrangeiro no país.
Por exemplo, é comum na Irlanda (país com muitas empresas de capitais estrangeiros a sedearem por lá as suas operações) registar-se uma diferença significativa entre o PIB (mais elevado) e o RNB dado que muita da riqueza gerada é expatriada para remunerar o capital estrangeiro. Pode assim suceder que o PIB esteja a crescer e a riqueza que permaneça no território para administração pelos seus locais esteja em queda ou a crescer a um ritmo muito diferente.
Em Portugal já há vários anos que o PIB é tradicionalmente superior ao RNB. Nos últimos trimestres tal diferença tem-se vindo a esbater tendo-se registado pontualmente situações em que o RNB superou o PIB. No último trimestre de dados conhecidos (o 3º de 2013) o PIB registou um aumento e voltou a superar o RNB tendo a diferença entre ambos sido amplificada porque o RNB registou uma queda nesse trimestre (dados comparados em unidades monetárias). Ou seja, tivemos mais riqueza gerada em Portugal nesse trimestre do que no anterior mas houve menos riqueza retida em Portugal do que no trimestre anterior.