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Há muita gente a querer o escudo para muitas coisas, e isso complica o debate. Aquilo que os comunistas, na sua sociedade de mínimos como lhe chamam em Cabo Verde sobre o que passaram, fariam com a moeda realmente não haveria nem bancarrota, nem existiriam relações com o mundo exterior (isolamento do país voluntário ou não). Mas isso são soluções parcelares para o problema maior e sistémico que tensescreve o Portugal destes últimos 10 anos: Portugal fora da História.
Que voltar ao escudo promete que não haveria bancarrota interna isso é quase verdade, tão verdade que doi ver ser negada. Quase porque depende que não haja deficite nos gastos e receitas do estado, caso contrário o estado poderá criar hiperinflação (embora para tal teriamos de ter deficits superiores a 10%). Ter hiperinflação seria a mais provável das calamidades se saíssimos com um governo de esquerda socialista ou bloquistas e menos provável se for dos comunistas, PSD e menos ainda se for com apoio centrista.
A verdade é que dentro do euro nunca pagaremos a dívida externa, mas saindo sim poderemos pagar. Dentro do euro humilharemos a nossa orgulhosa nação todos os dias, e por estarmos numa situação debelitada seremos alvo de numenclaturas dos que nos quiserem subjugar sem que tenhamos direito de resposta (vide Hanna Arendt sobre como puderam os Judeus ser ostilizados).
Sair do euro, seja nas diferentes modalidades (existem mesmo muitas modalidades) poderemos de ter as exportações a pagar a dívida, teriamos de ter o saldo da balança comercial positivo (e de pagamentos em geral também claro), e esse excesso seria utilizado pelo BdP para pagar a dívida. Isso seria um roubo às empresas sim e não, quanto às familias isso é muito discutível pois estas raramente participam na relação internacional a não ser que tenham membros no exterior a serem sustentados por elas ou vice versa.
As empresas devem-no entender como a restituição pelo financiamento de ter uma moeda nacional desvalorizada e a liquidez interna que a nova moeda dará para realizarem investimentos e criar emprego.
Hoje chegamos a ter exportações que suplantam as importações, mas é temporário, pois tal deve-se ao facto de o mercado interno ter decaido de forma brutal, importamos menos, e empresas dependentes do mercado interno estão a exportar (embora muitas vezes a custo zero para sobreviver). Tal acontece ser insustentável. Para mantermos as exportações a suplantar as importações tem de haver investimento, pois a capacidade productiva sem investimento deverá estar no limite. E muitas empresas que mantém as exportações estão falidas e necessitam de liquidez imediata, coisa que o sistema bancário nacional dentro do euro não pode fornecer (mesmo havendo mais poupança, estranho não é?).
Pois só como moeda nacional será possível às empresas Portugueses obterem liquidez na banca nacional para realizarem investimentos nos sectores de bens e serviços transaccionáveis.
A questão de que deveremos ter produtos de elevado valor acrescentado é uma falácia pois tal só é possível com investimento na educação e aplicação das competências aquiridas ai sobre as industrias.
Continuar no euro implicará ao estado diminuir inclusive a oferta de ensino universitário, e ai as bolsas de investigação, que são a pedra filosofal deste transformar chumbo bruto em ouro.
Por outro lado dentro do euro, o pouco dinheiro que tivermos na economia interna sai do país para pagar ao exterior algo de completa contranatura que provoca o total esvasiar da liquidez interna que é necessária para realizar investimento.
Uma moeda interna seria ainda uma barreira preciosa para desaconcelhar importações, pois promoveria a produção interna. Sendo que grande parte do que importamos poderia ser produzida em Portugal, uma desvalorização de 20% seria mais que o necessário para incentivar as empresas Portuguesas a produzir o que se importa que poderiamos produzir, para além que lhes daria uma margem extra de 12%-7% de negociação nos mercados internacionais.
Aumenta-se a produção, cresce a economia, baixa o desemprego, o estado equilibra o déficite e o país pode pagar a dívida externa, tanto a pública como a privada.
Dentro disto tudo é importante que Portugal se cole à Inglaterra e acompanhe de perto a negociação inglesa de um estatuto de associado com a UE, que a meu ver tal será negociado para a EFTA, organização de que Portugal e o RU foram fundadoras.
Se sair do Euro implica sair da UE, a verdade é que os Acordos do Porto do Espaço Económico Europeu – EEE (ing. EEA) e de Shengen continuarão vigentes, e o país poderá integrar automaticamente na EFTA especialmente se o RU o fizer também.
Pior que não sair do Euro é sobreviver ao desastre do euro impludir. O qual nas actuais configurações é a meta inevitável.
http://www.publicserviceeurope.com/article/3794/british-would-prefer-efta-membership-to-eu-poll-finds