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A ler “O melhor activo português” por Nuno Cintra Torres no Económico. Um excerto:
” (…) O problema de Portugal não reside ao nível das pessoas comuns, dos profissionais e dos trabalhadores, que são tão bons ou tão maus como em qualquer outro sítio, diz Reiter. De facto, em muitos parâmetros são melhores: bem formados, com disponibilidade, não olham a horários, são dedicados ao trabalho. Por isso, é preciso manter essas pessoas em Portugal. Mais ainda, as políticas deveriam ir no sentido não só de impedir a imigração de profissionais e quadros, mas também de atrair talento para Portugal, como faz a Fundação Champalimaud ou os franceses com Sophia Antipolis.
O problema reside, sobretudo, ao nível das lideranças. O clima interno das empresas é a primeira vítima. A sua performance é analisada apenas em KPIs e a satisfação dos colaboradores é desconsiderada. Não há processos para aproveitar o talento dos colaboradores, as questões não são tratadas com a necessária seriedade, escasseia a gestão por objetivos, a responsabilização não existe ou é ténue, não há visibilidade dos gestores dentro das empresas, há demasiados filtros, o mérito é preterido.
Em suma, não há em geral uma cultura de gestão de empresa global. Além disso, para Reiter, a administração pública portuguesa fez grandes progressos na abolição de burocracia, mas não foi acompanhada pelas empresas privadas, que persistem na complicação. É preciso desenvolver desde já, no ensino secundário e universitário, cultura de liderança que promova a coesão profissional, de perspetiva global, escorreita nos processos e centrada em objectivos.”