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O facto do título não é propriamente uma novidade mas é talvez um dado pouco conhecido. Portugal tem um empresa pública, a EGREP – Entidade Gestora de Reservas Estratégicas de Produtos Petrolíferos, E.P.E., com cerca de 11 anos que tem por missão “(…) constituir e manter a parcela considerada estratégica das reservas de segurança nacionais de petróleo e produtos petrolíferos. (…)”
A EGREP divulga estatísticas trimestrais no seus sítio desagregando a informação por produtos e por crude e, detalhando ainda os produtos por gasóleo, gasolina, fueloleo e GPL. É da análise destas estatísticas que se apura que 49% das reservas estratégicas de crude e cerca de 35% das reservas estratégicas totais (crude mais produtos já refinados) não estão armazenadas em Portugal, nem estão tão pouco próximas do território nacional. Na realidade, metade das reservas estratégicas nacionais de crude estão armazenadas próximo do mar báltico, no longíquo norte alemão.
As razões que terão levada o tal opção prendem-se com a racionalidade económica que ponderão como variáveis fundamentais os custos de armazenagem (é pelo menos a justificação mais plaudível que conseguimos documentar). Note-se que a interrelação e correlação de poder efetivo entre esta empresa gestora pública e as obrigações dos distribuidores de produtos petrolíferos é uma história que não conhecemos com rigor. Armazenar a totalidade das reservas estratégicas em Portugal implicaria construir armazéns adequados tendo-se optado por aproveitar a capacidade instalada num outro país para cumprir com o mínimos de reserva definidos. A opção pode, de facto , parecer racional, mas, assumindo a natureza daquilo que deverá ser uma reserva estratégica (uma reserva constituída para precaver situações de forte anormalidade como sejam choques petrolíferos ou situações de emergência nacionais ou internacionais – guerra, catástrofes, etc) é muito bizarro que a reserva não esteja, literalmente, à mão de semear e sob o controlo soberano do Estado português. Até porque, em caso de instabilidade política internacional, as garantias de acesso às ditas reservas podem simplesmente desaparecer como as lições da história cuidam de demonstrar.
Mais alguns dados:
No 3º trimestre de 2011 Portugal tinha reservas de gasóleo que garantiam 34 dias de consumo. No caso das gasolinas a reserva sobe para 54 dias. Os fuelóleos têm reservas de 55 dias e o GPL 17 dias. Aparentemente, as próprias reservas estão desajustadas quanto à sua estrutura, face aos atuais hábitos de consumo de combustíveis para transportes. É pelo menos o que um leigo pode extrair das diferenças entre gasolinas e gasóleos acima indicadas assim como por uma última estatística que indica que entre as obrigações de reserva dos operadores não se inclui o gasóleo.
A reservas de gás natural são geridas pela REN.
Outra fonte de informação e estatísticas é a IEA – International Energy Agency de que Portugal é um país membro, veja-se esta publicação “Oil & Gas Security”sobre Portugal. Vale a pena passar pelas páginas desta publicação e constatar algumas tendências de evolução registadas no consumo e dependência energética.
As fontes aparentam algumas divergências que podem advir de diferentes períodos considerados e/ou unidades de medida utilizadas.
Se algum leitor estiver melhor informado e tiver melhor opinião termos muito gosto em ser informados. Obrigado.
NÃO LEMBRA, AO DIABO, TAL SITUAÇÃO !!!
ALTOS INTERESSES ?!
NÃO VENHAM COM, A HISTÓRIA, DA ECONOMIA, OU DA TEMPERATURA ESTIVAL.