No âmbito da proteção do consumidor hoje colocamos uma questão: conhece outras formas de o levar a não pagar com cartão despesas de baixo montante?
A pretexto de o Pingo Doce ter deixado de aceitar o dinheiro de plástico (multibanco, cartão de crédito…) no pagamento de compras de baixo valor e de se ter dito que outros concorrentes não iriam alinhar por essa política, ocorreu-nos sublinhar exemplos de como se pode obter quase o mesmo efeito sem que tal seja tão notório.
Se assumirmos que o objetivo é reduzir o peso da comissão de utilização do pagamento com cartões nas compras de baixo valor, então convencer os clientes a não fazerem compras de baixo valor é uma outra alternativa que permitirá mitigar o problema. Mas como fazer isso? Como convencer um cliente a levar quase sempre mais de €15 ou €20 ou €25 de compras de cada vez que vai ao estabelecimento?
Uma hipótese é oferecer desconto em talão cujo rebate impõe como condição um valor mínimo de compra. Há redes que oferecem descontos em valor, outros em percentagem mas muitos deles com imposição de um valor mínimo de compra. Há ainda outros retalhistas que oferecem descontos cruzados com combustíveis cuja aquisição gera um talão de desconto com compra mínima.
Por outro lado, indiretamente, os descontos em cartão, embora possam não impor uma compra mínima para rebate do desconto, estimulam compras em quantidade (para aproveitar a promoção) e cremos não errar muito se dissermos que serão poucas as situações em que clientes recetivos e atentos aos descontos com efeito diferido efetuarão poucas vezes compras de baixo valor.
Considerando o que dissemos e constatando que a rede Pingo Doce é das poucas que não tem por hábito recorrer a descontos em talão ou cartão, percebe-se que talvez tenha um incentivo extra para reagir como reagiu às compras de baixo valor.
Bons negócios!