Quase ao mesmo tempo que sabemos da inauguração de mais alguns espaços comerciais de grande dimensão (ainda que o mais emblemático, o Fórum Sintra, seja em parte uma reinauguração do antigo Feira Nova de Mem Martins) surgem declarações desassombradas de pelo menos um responsável de uma grande retalhista a operar em Portugal. Carlos Maia, director-geral da Staples, afirmou (lido no Hipersuper) que o desinvestimento total em Portugal está em cima da mesa e dependerá da evolução do negócio nos tempos mais próximos.
Recorde-se que há não muito tempo a Staples tinha planos de expansão para Portugal, contudo, se o retorno do investimento realizado em Portugal registar níveis não consentâneos com os interesses accionistas, ficar a carpir mágoas sobre os euros afundados não será uma opção. É provável que o andamento do negócio do retalho em países como a Grécia (que levará alguns meses de avanço face a Portugal em termos de tentativa de ajustamento entre riqueza gerada e realização de consumo) possa ter ajudado a tocar os alarmes na Staples, mas seguramente em outras multinacionais que se encontram em Portugal.
Recorde-se que a crise de 2002 e 2003, que se adivinha poder ter sido mais moderada do que a que se avizinha, pelo menos para o retalho, potenciou alguns a saída de algumas marcas internacionais de Portugal e, em alguns casos, da península ibérica.