O Banco de Portugal acaba de atualizar as suas projecções para a economia portuguesa para 2011 e 2012 através da edição de Outono do seu Boletim Económico. O cenário geral é de grande incerteza sendo agora as projecções menos favoráveis do que há poucos meses atrás, muito à conta das expetativas mais negativas para o enquadramento económico global.
Do breve resumo feito pelo próprio Banco de Portugal destacamos em particular os seguintes dois parágrafos:
“(…)
- A actual projecção aponta para uma contracção da actividade económica de 2.2 por cento em 2012, após uma redução de 1.9 por cento em 2011. A prossecução do ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos permanecerá como uma importante condicionante da evolução da procura interna. Adicionalmente, o enquadramento internacional implicará uma desaceleração das exportações em 2012. As projecções apontam para um ajustamento significativo do desequilíbrio externo. Em particular, projecta-se uma diminuição de cerca de 6 p.p. no défice da balança corrente e de capital nestes dois anos. Do lado da oferta, é particularmente marcante o facto de o emprego cair de forma contínua desde finais de 2008, dinâmica que tenderá a prolongar-se no horizonte de projecção.
- A trajectória da economia portuguesa no futuro próximo encontra-se rodeada de elevada incerteza, em função, nomeadamente, das características da resolução institucional da actual crise da dívida soberana na área do euro, bem como da magnitude e persistência da desaceleração da economia mundial. Adicionalmente, os riscos em torno da projecção são descendentes para a actividade económica e equilibrados para a inflação. Esta avaliação de riscos traduz factores associados tanto à evolução do enquadramento internacional, como ao processo de consolidação orçamental, nomeadamente no que respeita à especificação de medidas adicionais necessárias ao cumprimento integral dos objectivos orçamentais assumidos pelas autoridades. Recorde-se que estas projecções seguem a regra habitualmente utilizada nos exercícios de projecção do Eurosistema, considerando-se apenas as medidas de política orçamental já aprovadas ou com elevada probabilidade de aprovação, e especificadas com detalhe suficiente. (…)”
Como última nota recomendamos espreitar os artigos de autor que se publicam juntamente com o Boletim Económico, parecem-nos particularmente interessantes.