Se em 2010 já havia 120 países que conheciam o calçado português (17 novos mercados foram abordados nesse ano), no primeiro semestre de 2011 esse número continuou a aumentar atingindo agora 130, é pelo menos essa a informação que associação de empresário portugueses do calçado (APICCAPS*) divulgou para a imprensa no comentário aos resultados mais recentes. Já alguns anos que a produção de calçado nacional se destina quase exclusivamente ao mercado externo (95%) e é também um facto que o saldo positivo da balança comercial do calçado tem vindo a registar valores muito interessantes, batendo frequentemente recordes. O primeiro semestre de 2011 voltou a inserir-se nesta trajetória ao ter registado um crescimento homólogo de 19,5%, originando um volume de negócios de 717 milhões de euros, naquele que é considerado o melhor desempenho nos últimos 17 anos.
Tal como em 2010 (cos os exmeplos do Equador e dos Emiratos Árabes Unidos), o ano de 2011 está a ficar marcado pelo crescimento significativo em vários mercados fora da União Europeia, como a Russia ou o Canadá. Ainda assim, é certo que os principais importadores continuam a ser claramente países como a Alemanha, a França ou a Holanda, mas os fortes crescimentos noutros mercados (partindo de volumes de negócio ainda incipientes, em muitos casos), pode prenunciar excelentes oportunidades de expansão, superando-se barreiras de desconhecimento e de escala que o investimento na promoção, feito ao longo dos últimos anos, terá ajudado a superar.
O calçado, sector tradicional da economia portuguesa está a demonstrar claramente que foi, era e será possível ultrapassar as conjunturas historicamente mais desfavoráveis e ressurgir melhor que nunca. Deve haver na história recente deste sector lições importantes que podem servir outros sectores da economia portuguesa (aliás, temos indicações de que o calçado está longe de ser uma excepção).
APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos