O INE divulgou os dados finais do Recenseamento Geral Agrícola de 2009, uma operação estatística realizada em cada 10 anos que procura dar a conhecer com grande detalhe o sector agrícola português. Pode consultar a vasta informação disponível aqui. Eis algumas das conclusões:
Segundo o Recenseamento agrícola – dados definitivos de 2009, em 10 anos desapareceu mais de um quarto das explorações agrícolas (26,6%). São agora 305 mil. Note-se contudo que a superfície explorada não diminuiu com a mesma intensidade, de facto, havia em 2009 menos 5% de área explorada que em 1999. O número de explorações com 100 hectares e mais aumentou 6% – foi entre as explorações com menos de 1 hectare e com 1 a 5 hectares que se concentrou a maioria das extinções. Como consequência, a dimensão média as explorações agrícolas aumentou significativamente de 9,3 hectares para 12 hectares. Cerca de 3% das explorações são responsáveis por metade do valor produzido.
Cerca de 2/3 das explorações são especializadas, gerando a maioria do respectivo valor produzido de uma única actividade. Entre estas destacam-se, as aves, os suínos, a horticultura extensiva e os bovinos de leite.
Cerca de 7% da população residente está integrada em famílias que se dedicam à agricultura o que representam uma queda de 36% da população agrícola recenseada face a 1999. Os trabalhadores familiares representam 4/5 do trabalho agrícola feito no país. Contudo, apenas 21% dos produtores familiares trabalham a tempo inteiro da agricultura. O número de agricultores assalariados permanentes ronda os 50 mil indivíduos.
Cerca de 36% das explorações agrícolas recorrem a trabalhadores eventuais e 52% recorrem a mão-de-obra não contratada directamente pelo produtor.
Um excerto do documento do INE para rematar:
“(…) Na UE 25, cerca de 27% dos produtores têm mais de 65 anos. Os produtores portugueses e italianos são os mais idosos com respectivamente 48% e 43% a ultrapassarem os 65 anos de idade. A França com os produtores mais idosos a representarem apenas 13%, apresenta um perfil mais próximo dos países do Norte e Centro da Europa como a Alemanha, a Áustria e a Finlândia, em que os produtores neste escalão etário representam menos de 10%. (…)”