Actualizado com info sobre bilhetes sociais/novo passe social e com info sobre diferenciação de preços público/privado..
Segundo as notícias de hoje o aumento médio extraordinário dos preços dos transportes colectivos públicos a ocorrer no próximo dia 1 de Agosto deverá ser de cerca de 15% mas pode oscilar entre os 0 e os 25% de acordo com as situações concretas. O Ministério da Economia prometeu avançar com mais detalhes em conferência de imprensa hoje ao final da tarde. Note-se que este é já o segundo aumento do ano, tendo o aumento médio que entrou em vigor em Janeiro sido de 4,5% o que nos leva a um aumento acumulado médio de 19,5%. Sublinhe-se, contudo, que este aumento de Agosto será diferenciado entre transportes colectivos geridos por empresas públicas ou privadas. Estas últimas irão actualizar os seus preços, em média, 2,7%.
O desenho das tarifas especiais para famílias mais carenciadas será implementado um mês depois, em Setembro. Segundo a Lusa que teve acesso ao despacho do Governo: “será criado um título de transporte a preços reduzidos, promovendo a justiça e protecção social a agregados familiares de menores rendimentos, a implementar a 1 de Setembro de 2011”.
No passado recente não há memória de ter ocorrido um aumento singular de tamanha dimensão, nem tão pouco um aumento médio anual desta magnitude.
Considerando os graves problemas de ordenamento de território que conduzem largos milhões de portugueses a dependerem do transporte colectivo ou individual para poderem exercer a sua actividade profissional estes aumentos acabam por ser na prática sobre-taxas semi-universais pois deverá haver uma forte rigidez quanto a uma reacção na procura apesar do forte aumento de preços. Em vários aspectos estes aumentos ocorrem na pior conjuntura possível, pois será extremamente difícil as famílias visados reagirem com eventuais ajustamentos estruturais como por exemplo vendendo o seu imóvel com vista ao arrendamento de uma habitação mais próxima do local de trabalho. A transacção de imóveis está próxima do congelamento e a reforma, credibilização e reforço da segurança contratual dos contratos de arrendamento, a ocorrer, está ainda há distância de vários meses.
Com aumentos desta magnitude poderão inclusive ocorrer situações em que se tornem economicamente inviáveis vários contratos de trabalho para os respectivos trabalhadores. Uma situação a acompanhar.