Classe Média - Dados de 2016

Quanto vai valer a sua casa daqui a 20, 30 ou 40 anos? (act.)

A respostas depende naturalmente de imensos factores, mas quanto às grandes tendências de mercado haverá um efeito previsível associado ao envelhecimento demorágico caso este fenómeno percorra o caminho perspectivado pelos demógrafos: uma população envelehcida e, eventualmente, a encolher em número de pessoas, deverá contribuir de alguma forma para a desvalorização das casas. Mas em quanto? Via Expresso chegámos a este estudo do Bank for International Settlements (BIS): “Ageing and asset prices”, ou seja algo como “O envelhecimento e o valor dos activos“.

Os dados analisados referem-se a 22 países e tiveram em conta  informação de 1970 a 2009. Eis os países estudados:

“(…)  Australia, Austria, Belgium, Canada, Denmark, Finland, France, Germany, Greece, Ireland, Italy, Japan, Korea, the Netherlands, New Zealand, Norway, Portugal, Spain, Sweden, Switzerland, the United States, and the United Kingdom. (…)”

Segundo o autor, Portugal será o pais estudado que enfrentará uma maior pressão de desvalorização dos preços da habitação provocada pelo efeito demográfico de envelhecimento da população. Considerando tudo o resto constante, o preço das casa em Portugal entre 2010 e 2050 poderá descer 80% por efeito do envelhecimento demográfico.

A concretização deste cenário baseia-se contudo em hipóteses fortes, e será tanto menos provável quanto menos “tudo o resto permaneça constante”. Mudança nos hábitos de vida (daqui a 10, 20 ou 30 anos ter 65 anos continuará a ser a fronteira para a velhice?), transformações no mercado habitacional (e se começássemos a ter um mercado de arrendamento dinâmico?),  reclassificação dos imóveis (quão determinante será o turísmo de habitação em zonas hoje ainda pouco exploradas por essa indústria?), entre muitas outras, podem mitigar significativamente esta projecção.

Contudo, o estudo alerta para uma questão pertinente e em larga medida previsível: num país de proprietários de casas em que o número de filhos está em queda e e o saldo migratório a desacelerar ou mesmo em retrocesso, a pressão para a degradação imobiliária e dos seus preços não parece ser um cenário disparatado.

Contamos ler atentamente o referido artigo mas fica desde já disponível aqui para partilha (que note-se não analisa exclusivamente a habitação).

Adenda: Eis a reacção da AECOPS a este assunto: “Casas novas: construção em mínimos e pode cair mais 80%”

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