É uma aparente quadratura do círculo que retrata um cenário desejável e que se quer (mas não se garante) duradouro, particularmente no que se refere às famílias. As necessidades de financiamento da nossa economia foram menores no 1º trimestre de 2010 que em momentos anteriores. Os receios de aterragem brusca (com quebras no investimento que se poderão tornar alarmantes pelo eventual impacto na capacidade produtiva e no emprego) não estão contudo descartados.
O INE divulgou hoje as estatísticas sobre contas nacionais relativas ao primeiro trimestre de 2010 desagregadas por sectores institucionais: famílias e instituições sem fins lucrativos ao serviços das famílias, empresas financeiras, empresas não financeiras e administrações públicas.
Estes números permitem compreender os dados do PIB numa perspectiva diferente da habitual, sendo possível analisar isoladamente o comportamento de cada um destes sectores e de algumas das suas desagregações adicionais (por exemplo, administração central, administrações locais, etc).
O destaque escolhido pelo INE refere-se ao incremento (ainda que em desaceleração) da taxa de poupança das famílias (10,7% do PIB) e da capacidade de endividamento das famílias fruto dos recursos gerados pela poupança, pelo saldo positivo das transferências de capital e pela redução do investimento.
Aparentemente o consumo aumentou mas a um ritmo mais lento do que o rendimento disponível. Para melhores e maiores detalhes o ideal é espreitar a nota de imprensa do INE e os respectivos quadros.