Classe Média - Dados de 2016

Cada vez mais portugueses desistem de procurar emprego (act.)

Com tantas taxas e termos de comparação disponíveis para analisar o desemprego/emprego, em que é que ficamos? A taxa de desemprego no 2º trimestre manteve-se idêntica ao trimestre anterior nos 10,6%, contudo, descontando dos efeitos da sazonalidade, algo que se consegue aproximar comparando a taxa actual com a do mesmo trimestre no ano anterior, constata-se que a escalada de aumento continua. Em 2009, no mesmo trimestre, a taxa de desemprego havia sido inferior em 1,5 pontos percentuais. Quanto muito poderemos estar perante uma ligeiríssima desaceleração do aumento (no primeiro trimestre o aumento havia sido de 1,7 pontos percentuais) mas um aumento ainda assim.

Se olharmos apenas para o número absoluto de desempregados o cenário é ainda mais negativo pois ocorreu um aumento homólogo de 16,2% entrando mais 82,1 mil individuos no desemprego do que os registado no mesmo período de 2009. Ainda não foi neste trimestre que tivemos boas notícias; infelizmente o problema continua a agravar-se significativamente. Segundo o INE temos neste momento 589,9 mil pessoas sem emprego que continuam a procurar activamente emprego.

Note-se que neste trimestre 12,8% dos que estavam desempregados no trimestre anterior passaram à condição de inactivos (um número que aumentou face à comparação entre o 4º trimestre de 2009 e o 1º de 2010), ou seja, deixaram de procurar activamente emprego e assim de ser considerados desempregados sem contudo terem efectivamente encontrado ocupação. Se não tivessem desistido a taxa de desemprego teria aumentado significativamente, mesmo pela comparação com o trimestre anterior.

Em suma, temos mais desempregados que no mesmo período do ano passado, temos cada vez mais pessoas numa situação de desemprego há 12 ou mais meses e temos cada vez mais pessoas que desistiram de procurar emprego sem o conseguirem que estão a entrar num limbo estatístico. Notem que se amanhã todos os desempregados desistissem de procurar emprego, a taxa de desemprego passaria para zero.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *