Na Argentina decorre há algumas semanas uma novela que mais se assemelha a episódios de guerrilha entre o Governo e o Banco Central. Acusações, demissões aparentemente ilegais, polícia do lado do Governo, tribunais com cautela a exigirem tempo para deliberar e pelo meio um belíssimo pote de 6,56 mil milhões de dólares em reservas que muito jeito daria ao governo da presidente Cristina Kirchner alegadamente para ajudar a pagar a dívida. O governador do Banco Central acatou finalmente a demissão. Um excerto da peça da Globo:
“(…) O economista [Governador do Banco Central] criticou duramente o governo, ao qual acusou de “subjugar permanentemente as instituições” e de “pretender pôr as mãos nas reservas monetárias, que representam a economia de todos os argentinos”.
Redrado havia posto em xeque o governo da presidente Cristina Kirchner ao negar-se a cumprir um decreto que ordenava a criação do chamado Fundo do Bicentanário, com 6,5 bilhões de dólares do Tesouro, para o pagamento da dívida soberana.
Kirchner tentou demiti-lo por decreto no dia 7 de janeiro passado, mas Redrado recorreu à justiça e foi devolvido ao cargo pela magistrada María José Sarmiento; depois, uma sentença ambígua de segunda instância, segundo juristas, não o confirmou no cargo. A justiça, no entanto, manteve o bloqueio à transferência das reservas ao governo. (…)”