INE revê em baixa a estimativa para o PIB do 1º trimestre, fixando-a agora a taxa de variação homóloga em -3,9% e avança com uma primeira estimativa para o PIB do 2º trimestre de -3,7% (dados em volume).
Ao contrário das interpretações que nos chegam, eu não teria a mínima razão para interpretar com surpresa positiva este novos dados. Sem dúvida desprezo largamente variações em cadeia de 0,3 quando a variação homólogo persiste num patamar de -3,7%. Estamos ainda em plena recessão. Podem não lhe chamar “técnica” porque face ao trimestre anterior houve crescimento, mas notem a volatilidade do fenómeno, mais que não seja pela imprecisão da informação estatística: o valor agora apurado para o 1º trimestre foi revisto significativamente em baixa à conta de uma revisão incomum que só pode ter sido muito forte no comércio externo de bens. Uma revisão que acabou por representar um termo de comparação bem mais baixo face aos dados do 2º trimestre.
A principal leitura positiva que faria seria a que advém da comparação entre os nossos indicadores e os valores médios dos nossos parceiros, aí sim, verifica-se que continuamos claramente com um comportamento global menos desfavorável. Não cresciamos nada que se visse quando andavamos em vacas gordas, mas, para já, também não afundamos tantos quanto os outros em época de vacas magras. Digamos que em plena crise o processo de divergência face à média comunitária se inverteu. Eis os dados com informação para os países que hoje divulgaram as suas estimativas.