Uns senhores especializados em avaliar o risco (S&P) de emprestar dinheiro aos vários Estados do planeta ameaçam fazer reflectir de forma mais visível sobre a grau de confiança que atribuem ao Estado Português, o afã de endividamento anti-crise E o desequilíbrio estrutural que nos tem caracterizado. Mas porque penalizam eles na sua apreciação países como Grécia, Espanha, Irlanda e, agora, Portugal, quando a Alemanhã igualmente empenhada em endividar mais o Estado para enfrentar (atenuar) a crise passa quase incólome?
Por muitas razões. Sendo a três primeiras confiança, confiança e confiança.
Nem todos os países partiram para esta crise na mesma situação. Alguns podem envidar-se mais do que os outros porque tinham à partida uma dívida menor, porque têm um histórico de comprovado equílibrio das finanças públicas e/ou de conseguir inverter rapidamente períodos expansionistas (de endividamento) em contracionistas (de amealhamento). Outros são useiros e vezeiros em tornar permanentes medidas “temporárias de aumentos das despesas”.
Legislação como a comentada dois artigos abaixo, onde faltam cautelas que impeçam a eternização destas medidas de excepção, não ajudarão seguramente a S&P a confiar mais na capacidade de cumprimento do Estado Português, e a dar bons indicações a potenciais emprestadores. O combate à crise acabou de ficar mais caro. Também por isso é fundamental rever as prioridades de investimento e pôr em causa a bondade conjuntural (para não ir mais longe) de alguns mega projectos que estão em carteira.
Sim, resta dizer que esses senhores avaliavam a Lehman Brothers com um A.
🙂
Estava a falar obviamente da S&P.