Temos acompanhado a novela dos certificados de aforro por aqui ao longo dos últimos anos. Há uns meses contudo que deixou de ser notícia no Economia & Finanças, afinal tudo isto é triste (saídas líquidas de capital atingem os 51 milhões de euros em Setembro), tudo isto existe (depósitos com remunerações que mais que duplicam o retorno dos certificados), tudo isto é fado.
Por estes dias, as instituições financeiras vão compondo o ramalhete de oferta dos depósitos a prazo com bonificações sobre a taxa de referência de mercado enquanto os certificados se mantêm agarrados a uma inflexibilidade trágica porque desenhada num patamar pouco competitivo, isto depois de um período de turbulência lesivo da confiança neles depositadas.
Saberá o Estado o que faz? Será inteligente desprezar esta forma de financiamento da dívida pública? Ou o objectivo era aceitar a progressiva erosão da base de aforradores enquanto, de caminho, se vendia gato por lebre, oferecendo uma remuneração bem abaixo da paga em empréstimos e outras opções de titularização da dívida do Estado?
Não sendo irrelevante para o contribuite eleitor, esta questão deve interessar pouco ao pequeno aforrador. O medo de depositar economias num produto inequivocamente conservador e seguro como um depósito a prazo já lá vai e a perspectiva de assegurar nos primeiros anos um retorno muito superior, nalgumas situações mais de duplo face aos certificados, deixam pouca margem para dúvidas quanto à opção a seguir para maximizar o retorno do capital com baixo risco.
Que descansem em paz, certificados da série C e… bons negócios.