Lê-se nesta notícia que se realizou o primeiro voo civil de um avião (com motor) movido a hidrogénio. Dizer que é movido a hidrogénio é uma simplificação, mas útil no sentido em que a ter existido utilização de combustíveis fósseis ele terá estado a montante da utilização efectiva do avião. Quando o piloto disparou a ignição não carburou uma molécula de carbono mas de água.
É pena que ao nível dos automóveis tardem tanto a surgir soluções de transporte em massa recorrendo a este tipo de tecnologia. Não sendo uma fonte de energia primária tenho para mim que ajudariam imenso a resolver graves problemas da humanidade.
Por exemplo, mais uma ponte sobre o Tejo não seria de forma tão evidente uma porta de entrada para mais poluição na cidade mas outra coisa (mais) inequivocamente positiva.
«É pena que ao nível dos automóveis tardem tanto a surgir soluções de transporte em massa recorrendo a este tipo de tecnologia.»
Olhe que não está assim tão mau. Há uns anos decorreu na cidade do Porto um projecto de autocarros movidos a hidrogénio. Os custos excessivos levaram ao abandono do projecto. Mas ainda circulou uns mesitos.
Quanto à massificação desta tecnologia, terá de se esperar por uma maior eficiência. Esta energia limpa ainda consome muita energia “suja” a montante. O balanço ecológico ainda não é positivo. Lá chegaremos.
Essa lógica de Mais pontes = mais poluição também tem que se lhe diga.
1- Para reduzir a poluição em Lisboa bastaria penalizar efectivamente o estacionamento indevido. Acompanhado de um não crescimento dos lugares de estacionamento. Com menos carros a poderem parar em Lisboa, menos carros teriam interesse em entrar na cidade. A construção de mais pontes seria perfeitamente neutra em termos de poluição.
2 – O facto de haver mais uma ponte, potencia maior fluidez de trânsito. como se sabe, trânsito mais fluido é menos poluente que o pára-arranca.
Atenção que também sou daqueles que acha que não há necessidade de mais travessias do Tejo. Só não acho o argumento ecológico muito robusto.
“Por exemplo, mais uma ponte sobre o Tejo não seria de forma tão evidente uma porta de entrada para mais poluição na cidade mas outra coisa (mais) inequivocamente positiva.”
Resumir o problema ao problema de poluição é muito redutor.
Desculpe, mas mesmo que os todos os automóveis andassem a hidrogénio, teríamos na mesma mais dezenas milhares de a circular em Lisboa, maiores engarrafamentos, uma cidade mais desagradável, mas acidentes, etc…
Do ponto de vista económico, os custos das externalidades causadas por congestionamento são várias vezes maiores que os ambientais. (Referência aqui http://menos1carro.blogs.sapo.pt/38175.html)
Miguel, eu não reduzi nada a coisa nenhuma, apenas disse que se os carros não gerassem cada um uma nuvem de poeira produziriam menos poluição. Quanto à ponte como é que eu poderia reduzir a questão aos automóveis se ela será veículo para três tipos de transporte?
Mais pontes = mais congestionamento? Tenho algumas dúvidas quanto a essa formulação. Já dei por mim a ter de fazer meia cidade, a passar por zonas nobres para poder atravessar o rio de carro. Se a distancia entre atravessamentos for minimzada, se a oferta rodoviária for regular e com estações centrais… Enfim, tenho poucas dúvidas de que esta ponte será benéfica para a área metropolitana de Lisboa.
Mais do que a questão da ponte, importa ver o assunto do ponto de vista de uma lógica nacional ou regional de transportes; assim, o que importa é potenciar os interfaces existentes(incluindo uma nova ponte, a existir), numa lógica de rede articulada, com bons transportes, a preços acessíveis, vocacionados para uma utilização em massa. Por esta via muitos dos impactos atinentes à poluição, perdas de tempo e filas de espera conheceriam, decerto, incrementos muito positivos em benefício da área metropolitana de Lisboa, em particular.