” (…) Estou longe de ser um liberal dogmático como aqui alude Vital Moreira, mas já me sinto quando se reduz a justificação para o resultado final por eles sugerido (a privatização da CGD) aos seus fracos argumentos.
Eu prefiro um banco do Estado, bem gerido, alheio às clientelas partidárias de cada momento, e, já agora, com um rumo estratégico que gere intencionalmente uma influência positiva entre a forma como todas as instituições financeiras lidam com os clientes por quem concorrem. E, claro, um banco que siga uma política predefinida e publicamente discutida, com objectivos cristalinos em termos de desempenho do papel de “braço financeiro” do Estado português em Portugal e no Mundo.
Achar que a CGD se justifica essencialmente pelo seu papel em situações de crise sistémica é chocante por representar uma fraca consideração pelo interesse público e uma potencial carta branca para tudo o que de mal tem sido feito em relação à CGD. (…)”
in A crise como esponja que apaga tudo?, Adufe