Inflação na Zona Euro em 2007 fixa-se em 2,1% (revisto)

Uma das “leis” do Banco Central Europeu (BCE) é a de gerir a política monetária, nomeadamente pela injecção/captação de capital no mercado monetário, de forma a que a taxa de inflação no médio longo prazo ande em torno dos 2%.

Há alguns meses que a taxa de inflação da Zona Euro descolou desses valores pressionando o BCE a subir as taxas de juro de modo a refrear o consumo e a subida dos preços. Esta inflação, contudo, é diferente (por enquanto) pois é localizada em algumas classes de despesa muito específicas como sejam a alimentação e os combustíveis. Por outro lado, a subida dos preços está a coincidir com uma desaceleração da actividade económica, não sendo induzida por ela o que levaria a não subir as taxas de juro de modo a não agravar ou mesmo despoletar um movimento recessivo.

Estão reunidas as condições para uma decisão difícil quanto ao rumo a seguir em termos de política monetária. Condições agravadas pelo provável desfasamento de ciclo económico entre os dois lados do Atlântico Norte (com os EUA a entrarem em recessão enquanto se espera que a Europa “se aguente”).

Bom, ficam os factos: a inflação em Portugal (IHPC = 2,4%) ficou 0,3 décimas acima da média anual na zona euro. Eis a ligação para o documento do Eurostat (em inglês) relativo à evolução dos preços.

Adenda: este texto foi revisto depois de o leitor JazP me ter chamado a atenção para o erro. E de onde veio o erro? Do facto de o Eurostat chamar annual inflation à taxa de variação homóloga em cada mês. Na realidade comparam-se dois índices separados por 12 meses, mas na “nomenclatura” nacional (e não só…) anual é a variação média entre os últimos 12 meses e os 12 meses anteriores a esse. Assim, se em termos médios anuais a inflação em Portugal ainda ficou acima da da Zona Euro, nos últimos meses a situação tem-se invertido. A continuar assim esse movimento acabará por se reflectir também na taxa de variação média anual.