Sem mais a dizer, subscrevo integralmente o texto “Política de saúde aos repelões” publicada por João Pinto e Castro.
“(…) O contrato de gestão privada do Amadora-Sintra foi uma experiência destinada a avaliar a bondade da solução. No final do período acordado, o Estado português deveria proceder a um balanço dos resultados e tirar as suas conclusões.
Quais foram essas conclusões? Por que decidiu o Estado não prorrogar o contrato? O que é que correu mal? Que objectivos não foram alcançados? As falhas estiveram do lado dos custos ou dos benefícios? Creio que temos o direito a conhecer as respostas a estas perguntas.
Ora, a declaração do primeiro-ministro não esclareceu nada. Pior ainda, logo a seguir ele anunciou aos deputados que, no que respeita aos novos hospitais em construção por privados, os seus contratos serão denunciados daqui a dez anos, mal acabe a respectiva concessão, caso o PS nessa altura se encontrem no governo. (…)”
O assunto é muito cá de casa, pelo menos a crítica dos repelóes que já aqui identifiquei com a calendarização da introdução (e alterações de âmbito) em relação às taxas moderadoras que tem vindo a ser seguida pelo actual governo. mas mais do que divergências políticas o que me parece estar em causa é a própria forma ou processo decisório que transparece do discurso do actual primeiro ministro. Com tais premissas, fazer algo de jeito, minimamente racional e sustentável será um acaso. A alternativa seria assumir publicamente (mas de preferência antes de eleições) a opção política pelo carácter integralmente público da gestão hospitalar. Ora têm-se repetido os sinais contraditórios também quanto a esta hipotética simplificação.