A especulação não explica tudo. As pistas para o resto estão no artigo “O preço da “t-shirt” segundo Malthus” de Cristina Casalinho hoje publicado no Jornal de Negócios.
Um excerto:
“(…) Resumidamente, a folga produtiva existente na década de 90, período em que a evolução da oferta superou o ritmo de crescimento da procura devido à expansão da produtividade por via das novas tecnologias de informação, pela entrada da China no mercado mundial e pela globalização, encerra e, consequentemente, o período de preços baixos aproxima-se do fim. Vive-se outros tempos de reajustamento de preços relativos, agora, no sentido da subida, por via dos preços de bens energéticos e afins. Não será inflação, mas um novo patamar de preços: mais alto; com, no entanto, inevitáveis repercussões sobre o rendimento familiar. Assim, no mesmo modo que a baixa global de preços permitiu o alívio das condições de vida da população pobre mundial, essa melhoria pode agora estar comprometida.”
A lógica desenvolvida no artigo é interessante, mas não me deixa convencido quanto ao facto de que, no actual momento, a especulação explica a maior parte da tendência altista do ouro negro e dos géneros alimentares de origem cerealífera.