Os saldos chegam ao preço do Petróleo:
“Petróleo cai mais de 3% e negoceia no valor mais baixo desde Junho de 2005”
In Jornal de Negócios
Com o câmbio do Euro a rondar os 1,3 dólares, há muito tempo que o petróleo não estava tão barato para os países da Zona Euro. Consequências macro-económicas? Muito provavelmente as tensões inflacionistas apregoadas pelo BCE perderão gás a manter-se este binómio preço dos combustíveis/euro fraco.
No meio de ataques políticos recorrentes e inevitáveis numa zona económica tão diversificada, a posição do BCE está particularmente fragilizada também por via dos fundamentais económicos. O crescimento nas principais economias europeias parece evidente mesmo num contexto de euro forte, a inflação tem vindo a desacelerar de forma continuada e o aumento da carga fiscal na Alemanha (IVA a aumentar 3 pontos percentuais este mês) parece não meter medo a ninguém. Começa a escapar a racionalidade ao discurso do Banco Central Europeu, a menos que, como já aqui disse, haja uma agenda menos espumosa e mais de águas profundas que não se digna assumir claramente.
A crise tem sido um bom negócio para todas as empresas cotadas em bolsa: permite-lhes aumentar o preço dos seus produtos/serviços (escudados pela crise, alto “preço” do dinheiro e combustíveis), e manter pressão sobre o factor trabalho por forma a baixar as suas remunerações, ou expectativas de aumento (por causa da crise).
Como vê, é um grande negócio.
Desde 2001 que em Portugal se fala de crise. Das contadas em bolsa, qual foi o ano em que apresentaram prejuízos?!
E claro, o efeito que isso tem nos preços do combustível em Portugal? Raspas, pois está claro.
Andaram o ano inteiro de 2006 a atirar areia para os olhos aos portugueses (ver o post “Qual é o diferencial entre os custos com matérias-primas e os preços de venda final de combustíveis?” colocado aqui em Novembro) e entramos em 2007 com tudo na mesma.
É para não estranharmos. Os portugueses habitualmente são avessos à mudança…
Abraço,