O fim dos Certificados de Aforro? A descida da taxa de juro com que o Instituto de Gestão do Crédito Público remunera os certificados de aforro, decidida pelo Governo a meio do corrente ano, parece inserir-se num objectivo mais ambicioso: acabar com os certificados de aforro.
Segundo cita hoje o Diário de Notícias (notícia não disponível on-line) o Secretário de Estado do Tesouro e Finanças afirma que os Certificados de Aforro não passam de uma forma de subsidiação da poupança pelo Estado. Esta afirmação levanta-me uma dúvida: como perceber que ao mesmo tempo que se afirma isto dos certificados se tenha reintroduzido os benefícios fiscais nos Planos Poupança Reformado?
No mercado começam a aparecer produtos financeiros com igual grau de risco (por exempo, depósitos a prazo na banca on-line e paulatinamente na banca tradicional) que oferecem remunerações concorrencias com as dos certificados. Este argumento poderia justificar a inutilidade dos certificados sendo desnecessária essa “subsidiação” da poupança pelo Estado, contudo sempre me convenci que os Certificados serviam igualmente, se não primordialmente, para o Estado captar recursos financeiros para financiar a dívida pública a preços concorrenciais, tornando esse mercado acessível ao universo alargado de todos os portugueses.
A verdade é que sendo um quase leigo nestas matérias da gestão financeira da tesouraria do Estado, gostaria de saber quais as formas ao dispôr do Estado para se financiar abaixo daquilo que remunera os aforradores e qual a dimensão dessa vantagem considerando, nesta equação, eventuais custos políticos da transferência do negócio dos clientes particulares para outras entidades.
Perguntas para algum jornalista de eleição procurar respostas ou mesmo para algum leitor melhor informado.
Adenda: o Ministério das Finanças já veio entretanto negar a intenção de extinguir o Certificados como se pode ler nesta peça do Jornal de Negócios.
Posso garantir-lhe que os empréstimos são um maná para a Banca.
O custo que o Esatdo tem na remuneração dos CA é a melhor taxa que pode obter no mercado. Mas o Esatdo etm optado, regra geral, por operações complexas que dissimulam custos com juros inacreditáveis. Por vezes há diferenças de 100%, e contra a opção dos técnicos epecialistas, existe uma ordem política pelo que apresenta pior condições. Muitos milénios…
Mas ninguém quer saber disso…
O Secretário de Estado cita as Obrigações do Tesouro como uma melhor alternativa…
Procure saber quanto, de facto, custa montar essas operações, e qual o custo financeiro do Estado.
Melhor alternativa para alguém, certamente será. Mas esse alguém não é o Esatdo. Procure solicitar dados a quem de direito…
Se a CGD e BP nem sequer respeitam/respondem às RCM…
Posso estar muito enganada, mas parece-me uma manobra para dar mais dinheiro a ganhar à banca. Pelo menos aqui há uns anos, não sei se ainda é assim, os certificados de aforro eram a poupança mais popular dos portugueses. Com as sucessivas perdas na taxa de juro que têm vindo a ser alvo nos últimos anos, têm vindo a tornar-se pouco competitivos, mesmo em comparação com soluções tradicionais da banca. Posso por exemplo dizer que neste momento tenho uma conta à ordem, em que recebo mais juros do que se tivesse o mesmo dinheiro em certificados de aforro, e cujo limite mínimo não é nada de especial (não são os 5 euros dos certificados, mas pouco mais). Posso muito bem estar a ver uma teoria da conspiração onde nada disso existe, mas sempre tive a impressão de que os bancos olhavam para os certificados com uma certa, vá lá, inveja…
Fui agora confirmar junto do BdP e fiquei francamente surpreendido: 17 mil milhões em Certificados!
Não é por acaso que nos últimos anos temos assistido ao lançamento pela banca de produtos praticamente idênticos, mas… com taxas mais baixas.
Por último, e não querendo de forma nenhuma desmentir a Tundra, assim à primeira vista não parece que os CA sejam uma alternativa de financiamento muito apetecivel para o estado. Os CA bonificam a taxa 0,25% ao semestre, até um máximo de 2%. 2% é muito…
Agora, não deixo de me espantar que seja numa conjuntura de subida de taxas que o governo decide acabar com esta forma de financiamento.
Provavelmente a taxa de juro média da carteira estará mais próxima do intervalo superior (4,78% em Novembro) mas com algum regresso à poupança que julgo se estar a verificar nos certificados estará a descer. Com o corte na taxa decidido já este ano, os certificados de aforro no curto prazo serão muito atractivos para o governo.
Taxa de Juro com prémio (%) em vigor em Novembro
1º semestre -> 2,78
2º semestre -> 3,03
3º semestre -> 3,28
4º semestre -> 3,53
5º semestre -> 3,78
6º semestre -> 4,03
7º semestre -> 4,28
8º semestre -> 4,53
9º semestre -> 4,78