Outra comédia particularmente activa hoje é a dança dos juros. Trichet avisa que se se confirmarem as previsões do BCE para 2007 teremos mais aumentos dos juros; hoje de manhã o Parlamento Europeu (PE) meteu-se ao barulho votando uma resolução onde demonstra a sua preocupação relativamente à influência da política monetária (e à subida das taxas de juro) na evolução do crescimento económico na União Europeia.
Esta é sem dúvida uma das novelas mais antigas em exibição, muito anterior à existência do BCE… De caminho, no curto prazo, os mercados reagem às declarações de Trichet e à informação económica mais recente dos Estados Unidos da América, antecipando uma subida das taxas de juro e do diferencial entre a duas área económicas. Aparentemente as recomendações do PE não convencem ninguém.
Uma perguntinha: será mesmo que a economia europeia caminha a passos largos para o limite da sua capacidade produtiva e consequentemente aproximando-se do sobreaquecimento que poderá levar a um aumento dos preços por via de procura excessiva face à oferta disponibilizada? Quando o crescimento económico regista ainda taxas de crescimento historicamente tão modestas, será mesmo? Até parece que “alguém” agora acha que se desceram as taxas de juro mais do que se devia e agora, haja ou não dados robustos que sustentem a subida, “alguém” está a corrigir o que se fez no passado. Conjecturas bem sei. Mas para já, alinho pelos avisos do PE, cautela, muita cautela e paciência. Parece-me mais previdente aumentar o risco de poder subir um pouco tarde do que demasiado cedo.
(Várias notícias aqui lincadas do Jornal de Negócios deixaram de estar disponíveis)