Passo frequentemente pel’A Origem das Espécies em busca de outras leituras que não as de Economia e Finanças mas também é verdade que o Francisco José Viegas, seu autor – um liberal à moda antiga – não é pessoa de viver fechado em casulos livrescos; temas que interessam a este recanto pretensamente mais especializado já passaram por lá.
Ontem, por exemplo, o Francisco aborda as acusações trocadas por João Salgueiro (presidente da APB) e por Teixeira dos Santos (ministro das Finanças). Texto interessante mas, perdoe-me Francisco, chamo particular atenção para o comentário que por lá dá destaque assinado pelo leitor Mesquita Alves. Convido-vos à leitura passando pela “Banca” onde encontram o resto desta prosa:
” (…) Se eu vender 20 toneladas de aço ao “Joaquim, Lda.”, novo cliente que conquistei ontem, entrego-lhe a mercadoria e, se deus quiser, receberei no prazo acordado. Por que diabo é que nem eu nem milhares de empresários de qualquer outra actividade não cobramos despesas de dossier, os kms que fez o seu vendedor, avaliação do aço ou elaboração do dossiê para abertura de conta corrente? Por que motivo, para mim nunca explicado, a actividade bancária é a única que o faz, e está legalmente autorizada a fazê-lo? O grave problema é que todos os bancos o fazem, e portanto, não posso, ao abrigo da livre concorrência, escolher o melhor entre meia dúzia que não o façam. O problema dos ajustes ao 1/8 de ponto está hoje na ordem do dia, e ainda bem, mas penso que aqueles 5 problemas acima descritos são de urgente resolução.”