Ontem saiu mais uma notícia sobre a barragem de Cahora Bassa (notícia do Diário Económico). Desta vez conta-se que se formalizará em definitivo que o Estado Português alienará a quase totalidade da participação que detinha ficando com apenas 15% por troca de 950 milhões de dolares a pagar pelo Estado Moçambicano. O eventual encaixe (permitam-me o cepticismo fundado em dados históricos e na saúde financeira do Estado Moçambicano) passará ao lado da contabilização do défice por se classificar como receitas de privatização, mas ajudará a abater à dívida do Estado Português.
Talvez seja desta que se venha a arranjar solução ao nível da Contabilidade Nacional para esta autêntica singularidade que anda há décadas a enviesar o “balanço e a demonstração de resultados” do país. Adivinha-se um level shift (para baixo) à Conta do Resto do mundo (onde andamos a contabilizar juros a haver – não se riam) e sabe-se lá que mais.
José Medeiros Ferreira no Bichos Carpinteiros secundado por João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos também andam pela barragem.