É preciso ter lata, uma imensa lata. É isto que penso quando ouço, hoje, um banqueiro cheio das melhores intenções a dizer que temos de mudar de vida. Temos de deixar o crédito, o nosso modo de vida dos últimos anos. Tudo de acordo mas não consigo esquecer-me da sucessão de cartões de crédito NÃO SOLICITADOS que recebi nos últimos anos enviados pelo banco público de que o referido senhor tem sido presidente. Mandaram cartões, ofereceram (oferecem) milhentas hipóteses de não pagar a conta do cartão, quase implorando-me para fraccionar pagamentos, pagando naturalmente módicos juros sempre acima dos dois dígitos. Enfim, assédio intrusivo e agressivo mas também cheio de boas intenções, preocupado com a minha felicidade instantânea.
A conclusão a que chego é que somos um país de culpas solteiras (é sempre dos outros e agora é um mal do mundo). Somos também um país de clientes bancários formados em finanças, os tais que se andaram conscientemente a portal muito mal, cheios de vícios e maus hábitos.
É preciso ter topete. Não devia ser só o lider da oposição a pedir desculpas, não.