A empresa que nos anos 90 se tornou exímia no Vaporware parece apostar agora no Scareware. O recente anúncio da Microsoft (MS), de que o software livre infringia 235 das suas patentes gerou a reacções que se esperavam junto da comunidade de informáticos, que vão da mais pura indignação à habitual chacota. Todavia não é a eles que a mensagem se destina. Com o software livre a ganhar terreno nas empresas, que finalmente percebem que mais do que poupança no custo do software é na libertação dos grilhões do produtor monopolista que está o verdadeiro ganho, a empresa pretende enviar um sinal bem claro àquelas empresas que não se tendo decidido ainda, estão tentadas a seguir o exemplo de outros: metam-se com o software livre e arriscam-se a pagar caro. Sublinhe-se, contudo, que esta ameaça não tem “validade” em Portugal pois as licenças em causa só são aplicáveis no Estados Unidos.
Apesar de empresas como a
redhat chamarem o
bluff da MS, oferecendo-se para pagar possíveis custos por infracções de empresas de quem instala o seu software, o mal está feito nas cabecinhas receosas que ditam a lei nas empresas, a julgar por testemunhos como este que encontrei no
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Unfortunately, the damage is done. I work for a large financial organization that was *just* venturing outside of Microsoft operating systems and the lawyers sent out a notice today that we are to remove all traces of “open source” software, effective immediately.
Para os que não se deixam intimidar com ameaças vazias e possivelmente desesperadas da Microsoft deixo um video de uma bibliotecária a instalar Ubuntu Linux, que está a fazer furor na internet e que demonstra a facilidade com um sistema operativo livre pode ser instalado numa hora em dois PCs. Os menos arrojados podem, como eu, aguardar que finalmente a Dell lance a sua linha de portáteis com Ubuntu instalado para cortar o mal pela raiz.