PIB cresce há 23 trimestres consecutivos – e mais depressa que média europeia

O PIB cresce há 23 trimestres consecutivos e mais rapidamente que a média europeia. De facto, o PIB só não desacelerou em cinco economias e Portugal foi uma delas. Este é um dos dados patentes na divulgação das estimativas rápidas do Produto Interno Bruto em termos reais hoje realizada pelo Eurostat que complitou a informação das várias autoridades nacionais responsáveis pelo cálculo deste indicador.

No caso português, e de acordo com dados do INE, a economia manteve, no segundo trimestre de 2019, o ritmo de crescimento de 1,8% face a igual trimestre do ano anterior. A variação homóloga no primeiro trimestre de 2019 tinha sido, igualmente, de 1,8%.

Quando a comparação é feita com a média europeia, constata-se que a economia portuguesa cresceu mais do que a média da zona euro (variação homóloga de 1,1%) e mais do que a média europeia quando se considera a totalidade dos 28 estados membros (1,3%). Há alguns países que ainda não reportaram dados pelo que as médias não abrangem todos os países.

PIB Portugal 2004 2019
Fonte: INE

A boa notícia é que a economia manteve o ritmo de crescimento, o que foi raro entre os 28. Como dissemos, apenas mais 4 países mantiveram ou aceleraram o ritmo de crescimento homólogo. A outra boa notícia é que estamos a crescer mais depressa do que as grandes economias europeias (daí crescermos acima da média). A notícia menos simpática é que, apesar de tudo, há 11 países com um ritmo de crescimento superior ao português. Finalmente, apesar de ter desacelerado uma décima, o crescimento da economia espanhola continua a ser superior ao da economia portuguesa: 2,3% vs 1,8%.

A queda do crescimento homólogo da economia alemã de 0,9% no primeiro trimestre para 0,4% e a estagnação da economia italiana (0,0%) que ainda assim acelerou (era de -0,1%) são os factos que estão a arrastar para baixo o crescimento europeu de forma mais significativa.

Voltando a Portugal e ao INE, nesta estimativa rápida não há muito detalhe quanto às componentes do PIB (informação a divulgar no final de agosto), contudo, o INE levanta um pouco a ponta do véu.

“(…) O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, refletindo a desaceleração das despesas de consumo final e, em larga medida, do Investimento. Em sentido contrário, o contributo da procura externa líquida foi menos negativo que o observado no trimestre anterior, em resultado da maior desaceleração das Importações de Bens e Serviços que a observada nas Exportações de Bens e Serviços.
Comparativamente com o 1º trimestre de 2019, o PIB aumentou 0,5%, em termos reais, mantendo a taxa verificada no trimestre anterior. O contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB foi negativo, após ter sido positivo no 1º trimestre. Por sua vez, o contributo da procura externa líquida foi positivo, depois de ter sido negativo no trimestre precedente.”

Recorde-se que previsão para o PIB de 2019 avançada pelo governo era de 1,9%. Uma meta improvável mas ao alcance ou, pelo menos, com margem para um pequeno erro de previsão. O Banco de Portugal antecipava 1,7%.

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