PIB cresce ao ritmo mais elevado desde o 2º semestre de 2010

PIB cresce ao ritmo mais elevado desde o 2º semestre de 2010

Segundo os dados preliminares do INE, relativos ao quatro trimestre de 2016, no conjunto do ano, o PIB português terá crescido 1,4% o que compara com um crescimento de 1,6% em 2015 (a estimativa inicial do INE há um ano apontava para um crescimento em 2015 de 1,5%). Este ritmo de crescimento supera as estimativa divulgadas a 13 de fevereiro pela Comissão Europeia (1,3%).

 

PIB cresce ao ritmo mais elevado desde o 2º semestre de 2010

O ano de 2016 foi caracterizado por ter duas partes distintas, um primeiro semestre onde o PIB cresceu 0,9% e um segundo semestre onde o crescimento do PIB acelerou fortemente, atingindo os 1,8%, fruto da aceleração para 1,6% no terceiro trimestre e para 1,9% no quatro. Este crescimento de 1,8% é mesmo o mais elevado desde o segundo semestre de 2010.

PIB cresce ao ritmo mais elevado desde o 2º semestre de 2010
PIB cresce ao ritmo mais elevado desde o 2º semestre de 2010
Fonte dos dados: INE

 

Sobre o quatro trimestre de 2016, o INE informa que a variação homóloga de 1,9% se ficou a dever ao “aumento do contributo da procura interna, observando-se uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado“. Esta evolução mais do que compensou o contributo negativo da procura externa líquida. Tratando-se ainda da estimativa rápida, só a 1 de março de 2017 se conhecerão mais detalhes sendo possível alguma revisão nos valores agora apurados.

Comparando com o trimestre anterior, o PIB cresceu 0,6% (0,8% no terceiro trimestre).

 

PIB português cresce acima da média da União Europeia e da Zona Euro

Pelo segundo trimestre consecutivo o PIB português regista um crescimento em cadeia (variação face ao trimestre anterior) acima da média registada para esse mesmo indicador quando se consideram os países da União Europeia ou da Zona Euro para os quais já há informação estatística.

No quarto trimestre junta-se à variação em cadeia a variação homóloga que com os 1,9% fica acima dos 1,7% apurados para a Zona Euro e dos 1,8% apurados para a União Europeia.

Na comparação com o principal parceiro económico, a Espanha, a economia portuguesa continua a registar menor dinamismo, contudo esse diferencial tem vindo a diminuir significativamente ao longo do ano. No primeiro trimestre de 2016 a economia espanhola crescia mais 2,5 pontos percentuais do que a portuguesa enquanto que no último trimestre do mesmo ano esse diferencial tinha encurtado para menos de metade: 1,1 pontos percentuais.

A economia portuguesa está, no final de 2016, a acrescer mais do que a economia Alemã, Francesa, Italiana, Belga, Grega entre outras. Veja a tabela comparativa aqui.

 

PIB em 2016 e projeção para 2017

As duas metades distintas em que se pode dividir o ano de 2016 ficam bem patentes quando se compara o perfil de crescimento registado no último trimestre com a evolução do ano completo. Se é certo que o investimento está agora em franca aceleração, no conjunto do ano, em virtude do que sucedeu nos primeiros trimestres, domina ainda uma evoluçõa desfavorável do investimo. No balanço de 2016 o INE destaca o seguinte:

“O contributo da procura interna para a variação do PIB diminuiu, refletindo a redução do Investimento e, em menor grau, a desaceleração do consumo privado. A procura externa líquida apresentou um contributo significativamente menos negativo que em 2015.”

A evolução mais recente, a ser continuada permite projetar uma crescimento mais saudável e sustentável do PIB do que o que vinha sucedendo no último semestre de 2015 e primeiro de 2016. Sublinhe-se, por exemplo, que uma parte importante do reforço das importações mais recente, se deve à aquisição de equipamento para substituir e reforçar a capacidade produtiva, algo que poderá ter fruto interessantes em 2016. Finalmente, a informação qualitativa já disponível para o início de 2017  e alguma da informação quantitativa dos últimos meses de 2016 sustenta igualmente que a aceleração recente da economia portuguesa estará a basear-se numa multiplicidade de setores como a indústria, os serviços e a construção, juntando-se assim ao setor do turismo que ao longo dos últimos anos se tem mantido como uma área da economia quase isolado em termos de indicadores económicos positivos.

A expectativa mais razoável – ainda que necessariamente falível – neste momento é assim a de que o PIB em 2017 continue a acelerar aproximando-se mais dos 2%.

Mais dados no sítio do INE.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *