Balança de Pagamentos com desempenho menos favorável em 2017

Balança de Pagamentos com desempenho menos favorável em 2017

Os primeiros sete meses do ano revelam uma Balança de Pagamentos com desempenho menos favorável em 2017. A Balança de Pagamentos agrega em si o resultado de várias balanças: a Balança Corrente e de Capital (que integra a de bens e serviços, de rendimentos, de transferências, entre outros) e a Balança Financeira (que inclui o saldo do investimento direto, estrangeiro e nacional, os investimentos em carteira, entre outros).

Segundo o Banco de Portugal que é a entidade responsável por compilar a informação da Balança de Pagamentos, a Balança Corrente e de Capital regista um excedente de €280 milhões nos primeiros sete meses do ano. O resultado é positivo, contudo, quando comparado com igual período de 2016, a imagem não é tão positiva pois então o excedente acumulado era de €1.058 milhões.

Balança de Pagamentos com desempenho menos favorável em 2017
Balança de Pagamentos com desempenho menos favorável em 2017
Fonte: Banco de Portugal

Segundo o Banco de Portugal, foi a evolução registada na balança de bens que conduziu ao comportamento menos favorável em 2017. De facto, nos primeiros sete meses de 2017, o excedente da balança de bens e serviços caiu €659 milhões, mesmo já considerando o impacto muito positivo da atividade turística. Se se considerar apenas a balança de serviços, o excedente aumento entre 2016 e 2017 em €1.026 milhões (dos quais €1.010 são atribuíveis à Atividade Turística) ainda assim aquém do necessário para compensar o aumento em €1.685 milhões do défice na balança de bens.

Na componente da Balança de Pagamento relativa à Balança de Rendimento Primário, o Banco de Portugal assinala um aumento do défice em €345 milhões o que também contribuiu para um pior desempenho do que em 2016. Segundo o Banco, “Esta evolução deveu-se, sobretudo, à redução de subsídios recebidos da União Europeia
e ao aumento do défice da balança de rendimentos de investimento.

Finalmente, o saldo da Balança Financeira ao registar um aumento dos ativos líquidos de Portugal sobre o exterior em € 907 milhões acabou por compensar parcialmente o pior desempenho doutras parcelas da Balança de Pagamentos e permite algum otimismo para o futuro dado que este melhor desempenho esteve relacionado com a redução do passivo da administração pública, o reembolso antecipado das tranches mais onerosa da dívida pública (ao FMI) e uma melhor escolha nos investimentos financeiros realizados pelo setor financeiro.

Convém sublinhar, contudo, que a Balança Financeira é fortemente pró-cíclica pelo que tende a reforçar as fases do ciclo económico o que, sendo positivo numa fase ascendente como a atual, constitui igualmente uma ameaça quando se registar uma alteração.

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