Exportações com a maior queda em 52 meses

As exportações caíram 0,8%, no trimestre terminado em abril de 2014. Se as contas não nos falham há 52 meses que não se registava uma queda das exportações de magnitude superior à agora verificada, ou seja, desde o trimestre terminado em dezembro de 2009 no qual as exportações caíram 3,6%. Por outro lado, é preciso recuar 16 meses, até novembro de 2012, para encontrar uma redução das exportações que foi marginal, na altura, de apenas 0,1%.

A acompanhar esta queda das exportações surge uma ligeira diminuição das importações de 0,1%; no final, o saldo da balança comercial e a taxa de cobertura degradaram-se (sendo agora de 84,1%).

Tomando por referência apenas o mês de abril a queda das exportações foi expressiva (4,9%) ainda que nesse mês a taxa de cobertura não se tenha degradado dado que as importações registaram uma queda superior – 6,6%. Os combustíveis e minerais parecem ter desempenhado um papel crucial neste desempenho, sendo provável que a paragem em abril de uma das refinarias da GALP tenha sido crítica – o que também atesta da forte dependência do comércio externo face ao comportamento de algumas empresas .

Comércio externo abril 2014Segundo o INE, o comportamento do comércio externo intra e extra comunitário foi muito diverso no trimestre terminando em abril. Eis alguns excertos da nota do INE:

Comércio Intra-UE
No trimestre terminado em abril de 2014, as exportações Intra-UE aumentaram 1,2% e as importações Intra-UE 11,0%, face ao período homólogo (fevereiro a abril 2013), a que corresponde uma taxa de cobertura de 77,4% e um défice de 2 454,1 milhões de euros.

Em abril de 2014 as exportações Intra-UE diminuíram 1,4% face ao mês homólogo de 2013, refletindo principalmente a evolução dos Combustíveis minerais (sobretudo Óleos médios e preparações de petróleo ou de minerais betuminosos). As importações Intra-UE aumentaram 5,2%, traduzindo o acréscimo generalizado da quase totalidade dos grupos de produtos, sobretudo dos Veículos e outro material de transporte (em especial Automóveis de passageiros e Partes e acessórios para veículos automóveis), Máquinas e aparelhos e produtos Químicos (nomeadamente Iniciadores de reação, aceleradores de reação e preparações catalíticas).

(…)

Comércio Extra-UE
No trimestre terminado em abril de 2014 e face ao período homólogo, tanto as exportações como as importações Extra-UE diminuíram, respetivamente -5,6% e -26,6%, o que resultou num excedente de 247,4 milhões de euros e numa taxa de cobertura de 108,2%.
Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, verifica-se que as exportações Extra-UE cresceram 7,9% enquanto as importações diminuíram 6,9%, face ao período homólogo (fevereiro a abril 2013). O saldo da balança comercial Extra-UE, com exclusão deste tipo de bens, atingiu um excedente de 1 227,7 milhões de euros, a que correspondeu uma taxa de cobertura de 169,8%.
Em abril de 2014 as exportações para os Países Terceiros diminuíram 12,9% face a abril de 2013, devido
sobretudo aos Combustíveis minerais (nomeadamente Gasolinas, Gasóleo e Gás natural liquefeito). As importações Extra-UE diminuíram 34,4%, também essencialmente como resultado da evolução dos Combustíveis minerais (sobretudo Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos). Para estas variações negativas contribuiu, em larga medida, a paragem geral programada para manutenção da refinaria de Sines nos meses de março e abril de 2014. (…)”

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