Inflação continua a desacelerar rapidamente: média anual nos 0,6%

A taxa de inflação (média anual do Índice de Preços no Consumidor – IPC) em outubro de 2013 voltou a cair significativamente fixando-se agora nos 0,6%. Os dados do INE informam ainda que se considerarmos a inflação subjacente (não inclui combustíveis nem bens alimentares não transformados) caiu para os 0,4%. Por outro lado, se comaprarmos estritamente o mês de outubro de 2013 com igual mês do ano anterior registou-se uma queda dos preços de 0,2%.

Não é garantido que o ritmo de queda (à razão de quase duas décimas por mês) continue até ao final do ano – até porque há efeitos de base como o do aumento do IVA no gás e eletricidade que perderão relevo nos próximos  dois meses – contudo, o valor agora atingido está claramente abaixo do antecipado há cerca de um ano pelo Banco de Portugal e pelo governo (a previsão no Orçamento do Estado de 2013 tinha sido de 0,9%). Note-se que esta descida pode também condicionar o deflator do PIB podendo contribuir de forma positiva para a evolução deste indicador, aproximando o seu valor nominal do valor real.

A última previsão do Banco de Portugal aponta para uma taxa de inflação em 2013 de 0,4% (previsão para o IHPC, um índice próximo do IPC mas harmonizado para a União Europeia).

Recorde-se que a evolução dos preços na zona euro e mesmo nos restantes países da União Europeia tem sido no sentido de uma desaceleração significativa, tão significativa que o risco de deflação (descida efetiva de preços) terá incentivado o Banco Central Europeu a descer as taxas de juro que controla com o objetivo de desincentivar o parqueamento de capital (baixando a sua remuneração) e, dessa forma, estimular a procura dinamizando a evolução dos preços. Sobre este tema ler: “Porque é que a deflação é catastrófica para Portugal?“.

inflação OUT2013

Entretanto, pelo menos em Portugal, o ritmo de queda da inflação parece continuar a superar o ritmo a que as taxas de juro dos depósitos a prazo / certificados têm descido, aumentando assim o incentivo real (rendimento ganho) de quem tem aplicado poupanças nestes produtos.

Note-se que a previsão para a inflação em 2014 inscrita na proposta de orçamento do estado é de 1,0%.

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