Rácio da dívida pública portuguesa no PIB aumentou 35% em dois anos (4,5% na Zona Euro)

No final do primeiro trimestre de 2011 a dívida pública portuguesa cifrava-se em 94,5% do PIB. Volvidos dois anos esse indicador atingiu os 127,2%, um aumento de 34,6% ou de 32,7 pontos percentuais. Juntamente com a taxa de desemprego este será o indicador mais dramático e preocupante da economia portuguesa nos últimos anos, registando valores completamente desalinhados com aquilo que foram as expectativas declaradas pela troika e pelo governo. O impacto das medidas de política implementadas a nível local e o contexto externo de austeridade generalizada com sucessivos períodos de recessão no espaço europeu, estarão entre os principais responsáveis por uma assinalável e abrupta degradação da dívida pública nacional quando medida em percentagem da riqueza produzida. A economia portuguesa não está hoje, de facto, mais próxima da uma situação de equilíbrio ou de sustentabilidade, sendo muito difícil imaginar que o Estado consiga fazer frente a este volume de encargos  que se agravam com o sucessivo definhamento da economia nacional. Como as últimas semana de instabilidade política provaram, o acesso do Estado português aos mercados da dívida não depende hoje menos de que há dois anos do aval (fiador) dos parceiros portugueses. Os fudnamentais da economia portuguesa não são, de todo, garante para esse “regresso aos mercados”, muito pelo contrário. Neste contexto é evidente a necessidade inevitável de um novo pacote de apoio financeiro ainda que este possa assumir desenhos e condicionantes diversas e, até ao momento, não inteiramente descortinados.

A nível europeu a tendência neste período foi também de incremento do peso da dívida pública, ainda que muito menos intenso do que o registado em Portugal. A dívida pública média dos governo da Zona Euro aumentou de 88,2% para 92,2%, o que se traduz num crescimento de 4,5% que compara com os já referidos 34,6% apurados em Portugal.

Fonte: Eurostat (ver aqui e aqui)

O título foi revisto.

Um comentário

  1. Estranha leitura de dados! Portugal está atrás da Grécia, Irlanda e Espanha no crescimento da dívida, estranho é usarem os dados de 2011 para fazer notícia. Afinal andamos todos a ser enganados, e ainda bem, pois são os credores que nos emprestam o dinheiro que estão errados e assim já lhes podemos sacar mais ‘guita’.

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