Com quantas acções (da Martifer) vou ficar? (actualizado)

O que se tem passado na bolsa nacional nos últimos meses faz lembrar a recta final da década de 90 quando ocorreram as principais entradas de capital re-privatizado de alguns sectores estratégicos. A Galp deu o mote, por estes dias a estrela é a Martifer e, em breve, será a REN.

A euforia é a mesma, agora com menos uns descontos/benefícios fiscais por manifesta desnecessidade de educar o mercado e cativar novos investidores. Já saberão o caminho da bolsa. Resta saber se terão aprendido com o day after que se seguiu à euforia.

Na passada semana, informa o Jornal de Negócios, a procura sobre acções da Martifer ultrapassou a oferta num múltiplo de 144,2. Ou seja, quem tenha subscrito o máximo, 20000 acções, receberia, se a subscrição já tivesse terminado, 139 (em rigor as acções são atribuidas em lotes de 10 pelo que deverá receber entre 130 e 140). Quem tenha pedido menos de 2900 provavelmente ficará apenas com 10 acções.

Impressionante, e provavelmente frustrante para quem não ande rotinado nestas andanças.

Hoje inicia-se a 2ª fase de subscrição e, se bem percebi, no máximo, subscrevendo-se as tais 20000 acções, o investidor receberá sempre metade do máximo a atribuir aos investidores da primeira fase que terminou na passada sexta-feira. Por isso, sem prejuizo de o leitor ficar por sua conta e risco (leia o prospecto e tal) subscrevendo 20000 acções, após o rateio, ficará com menos de 70. Ou seja qualquer coisa próximo dos 500€.

Vejamos ainda uma última situação. 

Se ficar com o lote mínimo de 10 acções (que provavelmente atingirá mais investidores do que os agora perspectivasdos – os tais que pediram menos de 2900 acções, ou seja, uns teóricos 23200€) e admitindo que o preço final será de 8€ por acção, teremos um investimento de 80€. Admitindo custos de subscrição em torno dos 15 €, temos que terá de ter um retorno de cerca de 19% para recuperar os custos administrativos!  É obra. Recordo que até amanhã é possível concelar as ordens de subscrição já efectuadas (é possível que incorra numa fracção do custo previsto para a cenário de levar a subscrição até ao fim) e que, em alternativa, até sexta-feira poderá ainda reforçar o seu pedido de investimento.

Boa sorte! 

Adenda 20 de Junho 2007: Como seria de esperar, na segunda fase de subscrição que vai já a meio a procura abrandou de ritmo. Ainda assim, segundo o Jornal de Negócios a procura ultrapassa em 165 a oferta. O rateio (distribuição de acções de acordo com a disponibilidade ponderada pelas acções pedidas) não pára de aumentar e com isso o número de acções a distribuir para cada investidor continua a diminuir. Parece que teremos o maior rateio de sempre da história da bolsa portuguesa. Em suma, tudo o que se escreveu acima merece um sublinhado com a ressalva de que neste momento já não é possível anular pedidos de subscrição.

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