Inquérito à Literacia Financeira 2015: conselho do gestor de conta ainda conta muito

Segundo o Inquérito à Literacia Financeira 2015, os portugueses continuam pouco proativos a gerir as suas poupanças e a confiar nos conselhos dos gestores de conta das instituições financeiras. Face à história recente das relações entre a banca e os seu clientes é hoje difícil avaliar claramente se esta realdiade é abonatória da literacia financeiras dos clientes bancários ou antes um sinal de alarme.

 

Inquérito à Literacia Financeira 2015:

O Inquérito à Literacia Financeira 2015 contou com a colaboração ABC dos reguladores financeiros portugueses: Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliário e levou à produção de um relatório de 186 páginas divulgado em outubro de 2016.

Inquérito à Literacia Financeira 2015
Inquérito à Literacia Financeira 2015

Destacamos um excerto dos principais resultados que pode encontrar no referido relatório.

“(…) Os resultados do Inquérito à Literacia Financeira de 2015 continuam também a revelar uma grande confiança no aconselhamento dado pelas instituições e nas recomendações de familiares e amigos aquando da escolha do banco e dos produtos financeiros, em vez de uma avaliação baseada na comparação das características de produtos alternativos.

Apesar de algumas melhorias face a 2010, os conhecimentos financeiros continuam a revelar-se relativamente baixos em 2015. Se os conhecimentos sobre a relação entre inflação e custo de vida e sobre a relação entre risco e remuneração se revelam muito satisfatórios, o mesmo não acontece com conceitos como spread, Euribor, franquia ou garantia de capital, em que são evidentes as lacunas de compreensão. Continua também a verificar-se uma sobreavaliação de conhecimentos por parte dos inquiridos.

Observa-se uma relação direta entre literacia financeira e níveis de escolaridade e de rendimento.

Os entrevistados com os níveis de literacia financeira mais elevados têm maioritariamente o ensino superior e pertencem a agregados familiares com rendimento mensal bruto superior a 1000 euros. Estes entrevistados têm ainda hábitos regulares de poupança e um envolvimento significativo com o sistema financeiro, detendo simultaneamente produtos bancários, seguros e produtos de investimento, o que indica que a experiência de aquisição de produtos também está associada à aquisição de conhecimentos financeiros.

Em contrapartida, os níveis de literacia financeira mais reduzidos encontram-se entre os entrevistados sem escolaridade, os que pertencem a agregados familiares com rendimento mensal bruto inferior a 500 euros ou sem rendimento, os que estão excluídos do sistema financeiro, não possuindo conta bancária nem seguros, e os que não têm hábitos de poupança. (…)”

 

Mais informação:

Pode ler aqui o relatório completo do 2º Inquérito à Literacia Financeira em PDF.

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Pode ainda recordar o que aqui escrevemos sobre a edição anterior: “Resultados do Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa revela ignorância muito elevada (2010)“.

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