Exportações Regressam a Valores Positivos Mas Balança Comercial Degrada-se

Depois de terem caído 2,4% em janeiro de 2016 (e -2,1% em dezembro de 2015), as exportações de bens regressaram a variações positivas em fevereiro de 2016, em concreto, cresceram 0,8%. A evolução positiva é ainda mais expressiva se se considerarem as exportações de bens excluindo combustíveis e lubrificantes. Neste caso, segundo o INE, as exportações passaram de uma variação negativa de 1,2% em janeiro para um crescimento de 2,9% em fevereiro.

Este andamento mais favorável das exportações justificou-se pelos crescimentos nas categorias dos Bens de consumo (+6,2%), Fornecimentos industriais (+3,8%) e Material de transporte e acessórios (+6,0%).

ExportaçõesA balança comercial, contudo, não melhorou entre janeiro e fevereiro de 2016, pelo contrario degradou-se em cerca de €200 milhões (com e sem combustíveis e lubrificantes). Esta degradação justificou-se por um forte incremento das importações em quase todas as categorias com especial destaque na de Material de transporte e acessórios (+21,9%). As importações não cresceram aliás de forma mais intensa porque se registou um queda na categorias de combustíveis e lubrificantes (-16,3%).

Note-se que esta evolução particularmente intensa ao nível das importações de material de transporte poderá revelar alguma antecipação de compras nos automóveis por via do aumento do ISV que aumentou, em especial nos veículos mais dispendiosos, com a entrada em vigor do orçamento do estado em abril. É assim possível que esta categoria de importações venha a corrigir em baixa provavelmente nas estatísticas de comércio internacional a divulgar dentro de dois meses. Algo a acompanhar atentamente.

Num artigo posterior analisaremos a evolução do comércio internacional por origens e destinos com base nos dados de fevereiro de 2016, algo que se tornou mais fácil de fazer com uma alteração ao destaque à comunicação social que o INE promoveu a partir de fevereiro de 2016 (momento a partir do qual darão também mais destaque às análises sobre o mês mais recente e não sobre o trimestre terminado no mês mais recente como sucedia até aqui)..

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Uma última nota para a queda muito significativa do défice da balança de combustíveis e lubrificantes entre 2014 e 2015. o INE destaque que o défice energético medido por esta via diminuiu em cerca de €2 mil milhões num ano.

“Em relação aos bens transacionados, os Combustíveis e lubrificantes foram a única categoria a contribuir para a redução global do défice em 2015. Deste modo, o défice comercial excluindo os Combustíveis e lubrificantes aumentou 1 439 milhões de euros relativamente a 2014, tendo totalizado 6 100 milhões de euros. O saldo das transações de Combustíveis e lubrificantes com o exterior passou de um défice de 6 211 milhões de euros em 2014 para um défice de 4 232 milhões de euros em 2015, reflexo da diminuição das importações ter sido bastante superior à redução das exportações. Apesar desta evolução favorável, esta categoria continuou a apresentar o maior défice comercial.”

 

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