Portugal: um país de agricultores afetivos que estão a modernizar-se

No dia em que o INE actualiza a informação relativa o PIB, à produção industrial e às vendas do comércio a retalho (tudo disponível no sítio do INE) damos destaque a uma outra publicação do INE que nos dá o retrato em finais de 2013 relativo à agricultura nacional tendo por base o Inquérito à estrutura das explorações agrícolas 2013.

Recomendamos a leitura sobre um sector que envolve apenas 6,5% da população residente (trabalhadores agrícolas mais respetivas famílias) mas que ocupa metade do território nacional (excluindo o mar) e cujo futuro condicionará de forma relevante o equilíbrio macroeconómino nacional (ou a falta dele). Há vários sinais muito positivos destacados pela fotografia do INE. Eis alguns excertos do comunicado de síntese sobre o inquérito quinquenal feito à agricultura nacional:

Nos últimos anos, verificou-se um aumento da dimensão das explorações agrícolas e uma melhoria dos indicadores laborais. Também a Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU) diminuiu cerca de 20% relativamente a 2009, apresentando o valor mais baixo (pouco mais de 100 mil hectares) desde que há registos estatísticos.

A empresarialização da agricultura, expressa pelo crescimento do número de sociedades agrícolas, tem contribuído para o aumento da eficiência do setor, devido à adoção de processos de gestão mais profissionais e economias de escala. As cerca de 10 mil sociedades agrícolas, embora representem apenas 3,8% do total das explorações agrícolas, gerem quase 1/3 da SAU e praticamente metade do efetivo pecuário.

Contudo, a comparação com os países da União Europeia revela ainda uma agricultura baseada em explorações de pequena dimensão económica (17,1 mil euros de Valor de Produção Padrão Total por exploração, face aos 25 mil euros da UE 28), geridas por produtores envelhecidos (os mais idosos da UE 28) e que em larga maioria têm apenas formação prática. Poucos produtores vivem exclusivamente da agricultura (6,2%), sendo que a maioria complementa o seu rendimento com pensões e reformas (65,3%).
Ainda assim, a grande maioria dos produtores (95,1%) tenciona continuar com a atividade agrícola nos próximos anos, indicando o valor afetivo (48,3%) como o principal motivo para esta decisão.

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